quinta-feira, 11 de junho de 2020

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Montanha russa fora dos trilhos...

Sempre quando acordarmos pela manhã esperamos algo novo do dia. Algo que nos surpreenda; algo que simplesmente nos coloque no mapa. Mas, nem sempre isso acontece. Aliás, raramente isso acontece. Raramente vivemos um dia de alegria plena e precisamos sempre de um motivo para isso. Será por que passamos 24 horas insatisfeitos com a vida ou uma vida inteira de frustrações conformadas? Nunca vamos aprender a ser feliz. Talvez, seja nossa a culpa da alegria durar um tempo ridículo quando comparada a tristeza que nos prende no nosso mundo ou no quarto fechado por dias. Sempre precisamos de um motivo pra ser feliz. Sempre precisamos de um elogio, de um abraço, de uma promoção, de algo grátis, de algo barato, de algo fútil. De algo... E quando isso acontece, UAU! Que dia! A tempos isso não me acontecia. Ganhei algo, alguém me deu um abraço, aproveitei uma promoção. Mas, nem sempre precisamos de um motivo para estar triste, de mau humor. Mesmo porque, hoje em dia isso é fácil. Ficar irritado está cada dia mais fácil. Estamos acostumados ao silêncio da pessoa ao lado;ombro a ombro. E até ficamos irritados com a falta de silêncio da pessoa ao lado que não para de falar. Afinal, qual o nosso equilíbrio sobre este assunto? Essa montanha russa fora dos trilhos que chamo de sentimentos, e que aparentemente só desce para a tristeza, faz o looping da raiva, passa pela curva das preocupações sem fim e depois sobre alguns minutos a felicidade para começar tudo de novo. No fim das contas penso que não exercitamos a alegria, e não digo da alegria besta e sem motivos (embora essa faça muito bem). Falo sobre a alegria inteligente, em que, a nossa alegria vai morar na felicidade do outro. Alegria impaciente, em que, não desistimos da felicidade do outro, enfim. Meu conselho para quem está triste é: invista e insista na felicidade alheia.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Caminhando com a música...

Andando pelo bairro, ouvindo uma música qualquer. Só pra distrair, só pra descontrair.
Acho que tenho medo do que pode vir de fora. Isso é ruim? Talvez me esconder entre dois fones no volume 30 não faça o menor sentido, mas a cada esquina eu penso muita coisa. Talvez nem seja se esconder e sim procurar outra alternativa de fugir da sinfonia descompassada de motores que vem e vão ou das notáveis buzinas raivosas, que é quase como se traduzisse numa nota estridente um sentimento de um motorista pelo outro. Resumindo: "Sai da frente seu porco. Quero passar!". Onde enfiaram as setas afinal? Bom, pulo isso.
Voltando ao caminhar, penso na garota que vem vindo. O que será que ela ouve, pensa? Do que será que se esconde? Talvez só ouça ou talvez não. Enfim, passou uma faixa e viro outra esquina. Espero o sinal se abrir e no ritmo da faixa tal vou caminhando pela rua tal. Encontro o lugar que preciso ir. Entro, mas preciso abaixar a música e escutar o ambiente. Que saco. Que tédio. Não pode ser baixo. Precisa ser no volume 30. Assim, não sobra espaço pro que vem de fora. Mas preciso me comunicar. Será que a pessoa vai entender com uns passinhos de " os embalos de sábado a noite"? Acho que não. É melhor abaixar. É rápido e não vai doer nada. Espero. Pronto, consegui. Vou embora no volume trinta e com a faixa preferida. Me sinto bem, afinal fiquei sem trilha sonora por menos de 1 minuto.
Enfim, vou pra casa. E lá, posso recarregar o mp3 porque sei que mais tarde vou sair de novo. Espero não ter que conversar com ninguém dessa vez. Não quero interromper nenhuma faixa mais, mas se precisar, vou tentar as "dancinhas". Talvez me chamem de louco e me prendam no hospício. Nunca mais vou interromper nenhuma trilha. Prefiro ser o louco dos foninhos do que ocupar mais um lugar na orquestra das babozeiras cotidianas ou das buzinas raivosas.